Depois de tanto tempo adormecida e embriagada... Hibernando como um urso, acordei neste frio inquietante, com milhares de questionamentos brutais, que me corroem e eu preciso calar. O que realmente espero o que realmente vocês moradores deste mundo virtual esperam? Contradição destes milhares de vidas ingênuas que vagam deliberadamente pala net, pelas ruas, festas, esquinas, mercados, bares, sites, casas, não consigo perceber nada além de falsos valores, falsos princípios que tangem estas vidas, que nada fazem... Vivem e morrem da mesma maneira... ESPERANDO. Caio no silêncio, hoje, não me preocupei em ter um corpo bem vestido para enganar. Quero respostas... Começo a me sentir incomodada por explicar, explicar o porquê falou ou calei. Não me permito sublimar as minhas dores, ou em compras, ou em coisas fúteis. Quero um banho de realidade. To fora desta louca competitividade que pede mais do que posso dar. Parece confuso, e é... Nunca foi minha função ser clara, explicar... Nem confundir. Queria sentir raiva, uma raiva dilacerante, mas sou incompetente para este sentir que de nada me serviria, talvez me amargar, perder meu sonhos e mente. Serei, só, hoje, uma silenciosa telespectadora, invisível e indiferente ao mundo vivo e latente. Terei que me embriagar de coisas que entorpecem, drogas lícitas como trabalhar muito, cuidar dos outros, caminharem, na tentativa de cansada, dormir muito. Tudo para anular a vontade de transgredir, de atravessar a rua e fugir. Fiz minhas escolhas, estou ciente da responsabilidade de fazer escolhas. Não quero que me firam, não quero ferir ninguém. Preciso esperar... Seja um amor, alguém... Uma revolução... Um pensador... Um beija-flor.
Acho que sou uma fraude, pois, no fundo, sou uma pessoa incapaz de revidar, de odiar por muito tempo, sou bem querer, sou acalento, sou vontade de ver quem amo bem. Sou vontade de saber como deixar os outros felizes. Mas, aqueles que precisam de mim, não me querem... Queria saber qual sentimento tenho despertado.
Hoje decididamente não sei nada...